Passou ontem, no canal 2, o último episódio de uma das minhas séries televisivas de eleição, “Sete Palmos de Terra”.
Sentadas na escada da casa da família Fisher, Brenda e Ruth, ainda enlutadas pela perda de Nate (marido da primeira e primogénito da segunda), conversavam sobre o quão solitário é o acto da maternidade. Brenda, que tivera uma filha nascida postumamente, acaba por ser consolada por Ruth, que apesar de ter tido três filhos com a presença física do marido na família, confessou que ele nunca fora um pai presente e que sempre se sentira sozinha. Face à sinceridade e partilha inesperada vinda da sogra, Brenda confessa-se também e dá-lhe a entender que, ainda estando Nate no quarto do hospital onde viria a morrer nesse dia, ele pusera fim à relação deles. Ruth diz-lhe que sabia disso e acrescenta: “Tenho a certeza que o Nate te amou o melhor que soube… mas também sei que isso não era o suficiente para ti, para seres feliz…”.
Não poderia ser melhor dito: o melhor dos outros não obedece a uma medida padrão que se torna automaticamente o melhor para nós. Pelo contrário. Somos feitos de medidas individualizadas, vagamente preenchidas ou frustradas, mediante as quais, por vezes, baixamos os braços e nos conformamos. O problema é que a conformação não nos garante absolutamente nada a não ser uma ilusão de felicidade a prazo, o prolongamento de um estado apático em nós que, a pouco e pouco, contamina tudo o resto, uma negação daquilo que somos e do que realmente precisamos. O melhor para nós nunca poderá ser, por isso, uma medida resignada à medida dos outros, do melhor que eles têm para nos dar. Esse melhor, por vezes, simplesmente não chega. Que os percalços da vida nunca nos façam esquecer isto. B.
Sentadas na escada da casa da família Fisher, Brenda e Ruth, ainda enlutadas pela perda de Nate (marido da primeira e primogénito da segunda), conversavam sobre o quão solitário é o acto da maternidade. Brenda, que tivera uma filha nascida postumamente, acaba por ser consolada por Ruth, que apesar de ter tido três filhos com a presença física do marido na família, confessou que ele nunca fora um pai presente e que sempre se sentira sozinha. Face à sinceridade e partilha inesperada vinda da sogra, Brenda confessa-se também e dá-lhe a entender que, ainda estando Nate no quarto do hospital onde viria a morrer nesse dia, ele pusera fim à relação deles. Ruth diz-lhe que sabia disso e acrescenta: “Tenho a certeza que o Nate te amou o melhor que soube… mas também sei que isso não era o suficiente para ti, para seres feliz…”.
Não poderia ser melhor dito: o melhor dos outros não obedece a uma medida padrão que se torna automaticamente o melhor para nós. Pelo contrário. Somos feitos de medidas individualizadas, vagamente preenchidas ou frustradas, mediante as quais, por vezes, baixamos os braços e nos conformamos. O problema é que a conformação não nos garante absolutamente nada a não ser uma ilusão de felicidade a prazo, o prolongamento de um estado apático em nós que, a pouco e pouco, contamina tudo o resto, uma negação daquilo que somos e do que realmente precisamos. O melhor para nós nunca poderá ser, por isso, uma medida resignada à medida dos outros, do melhor que eles têm para nos dar. Esse melhor, por vezes, simplesmente não chega. Que os percalços da vida nunca nos façam esquecer isto. B.
Muito bonito B.;)
ResponderEliminarBeijinhos Cuca
:) ... ;)
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